No Brasil, cerca de 11% dos partos são de bebês prematuros. Esse número alarmante corresponde a mais ou menos 300 mil bebês todos os anos - e é ele que garante ao país o nada orgulhoso 10º lugar no ranking mundial da prematuridade.

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Quem não passa pela experiência talvez não saiba que, hoje, a maior causa de mortalidade infantil no planeta é nascer antes do tempo. Para tentar melhorar esse cenário, ONG's dos cinco continentes dedicam-se ao assunto e articulam-se todos os anos. A representante brasileira nesse quadro é a ONG Prematuridade, criada em 2014.

O que começou em 2011 como um blog assinado pela nutricionista Denise Suguitani acabou ganhando reforços de equipe e hoje é uma associação que atua em três frentes:

1- Conscientização sobre a prevenção da prematuridade;
2- Treinamento de profissionais para que as equipes médicas estejam totalmente preparada e atualizadas para atender as famílias da forma mais humana possível;
3- Luta por políticas públicas que respondam às necessidades especiais dessas famílias, como a licença maternidade estendida.

"O momento mais crítico da vida de um pai e de uma mãe é passar pela experiência de um bebê prematuro. Os pais não sabem se vão sair da UTI com o seu bebê e a iminência da morte é muito traumática", avalia Denise, que apesar de não ter passado por isso com seus dois filhos, acompanhou muitas famílias em seu trabalho como nutricionista neonatal. "A nossa maior vitória é ter conseguido colocar a pauta da prematuridade na agenda da saúde pública e ter colocado o Brasil no mapa da luta contra a prematuridade", comemora.

O site da associação reúne muita informação científica, mas também é espaço para compartilhamento de histórias emocionantes. São mais de 600, organizadas por idade gestacional para que as famílias possam entrar em contato com quem passou por momentos parecidos. "Todas são especiais. São histórias de superação, luta, fé e milagre, porque na UTI neonatal acontecem milagres todos os dias", diz Denise, que vê na prevenção e no pré-natal um caminho poderoso para que cada vez mais bebês consigam transpor a barreira das 37 semanas para chegar ao mundo cheios de saúde.