Pode parecer absurdo, mas o achado da pesquisa feita com 180 crianças faz todo o sentido. Rachel E. White, da Hamilton College, e Emily Prager e Catherine Schaefer da Universidade de Minnesota separaram crianças de 4 e 6 anos em três grupos diferentes, todos com o mesmo objetivo: realizar uma atividade chatíssima em um computador. Eles tinham a alternativa de largar o trabalho a qualquer momento e ir brincar com um tablet, mas foram advertidos de que a tarefa chata era muito importante e precisava da contribuição deles para ser finalizada. A diferença entre os grupos foi a motivação.
O primeiro foi instruído a se perguntar, durante o experimento, “será que eu estou fazendo um bom trabalho?”. O segundo deveria pensar em si na terceira pessoa. Então, um possível participante chamado João deveria se perguntar “será que o João está fazendo um bom trabalho?”. Já o último grupo pôde escolher um personagem que fosse muito bom em dar duro por uma causa importante. Dora Exploradora, Batman, Rapunzel, qualquer um! As crianças vestiram fantasias desses personagens e se perguntaram, durante o teste, “será que o Batman está fazendo um bom trabalho?”. Um alto-falante dentro das salas repetia a pergunta correspondente a cada participante minuto a minuto, para garantir que ninguém esquecesse do acordo.
O resultado foi que as crianças vestidas de personagens aguentaram o trabalho chato por mais tempo - e as do primeiro grupo foram as que aguentaram menos. Uma possível explicação é que o fato de se verem como personagens facilitou que as crianças se distanciassem da tentação. A criança até queria brincar no tablet e era capaz de desistir, mas o Batman, não. Outra razão seria a identificação com os superpoderes ou habilidades do personagem e a tentativa de imitá-los. Fofo, né?