Digitalizar conteúdos didáticos pode ser bem bacana: diminui-se a quantidade de papel (o planeta agradece!), a acessibilidade aumenta, o preço cai. Mas, segundo estudo conduzido por Patricia A. Alexander e Lauren M. Singer, a substituição de plataforma - do papel para a tela - pode ter consequências negativas no processo de aprendizado.

Elas reuniram 90 alunos para ler versões impressas e digitais de textos sobre alimentação infantil. Primeiro, os alunos apontaram às pesquisadoras em que meio preferiam ler, se nas páginas ou nos computadores. Depois de ler documentos nos dois formatos, eles foram convidados a indicar em qual deles acreditavam ter entendido melhor a mensagem. A maioria disse que, além de preferir ler textos digitais, achava que tinha melhor compreensão nesse formato. Eles estavam errados.

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A verdade é que não houve diferença na hora de lembrar a ideia geral dos textos, mas quando entraram em cena pontos-chave e informações relevantes mais específicas, os alunos se saíram melhor respondendo questões sobre os textos impressos. A hipótese levantada pelas pesquisadoras é que, como o tempo de leitura de documentos impressos foi maior, a relação dos estudantes com o conteúdo se estreitou, aumentando a compreensão das mensagens.

Embora admitam que os formatos digitais estarão cada vez mais presentes nas leituras educacionais, as autoras avaliam: “Durante as nossas vidas acadêmicas, temos livros e artigos que consultamos regularmente. Os cantinhos das páginas dobrados dessas leituras preciosas contém linhas de texto cheios de questões e reflexões. É difícil imaginar um nível de relacionamento assim com um texto digital”.