O que as crianças estão vendo no celular, na TV, no computador e nos tablets? Além do tempo em frente às telas, seus filhos brincam com outras crianças, correm no pátio, parecem saudáveis? Quando o assunto é infância e tecnologia, mais do que contar o tempo dos pequenos com os eletrônicos, é fundamental ver se eles parecem crianças felizes em todos os aspectos da vida. Você já refletiu sobre isso?

A ideia de restringir o tempo de tela das crianças ganhou força em 1999, quando a Academia Americana de Pediatria sugeriu que os pais limitassem em duas horas no máximo o uso de aparelhos eletrônicos para crianças com menos de dois anos de idade. A grande questão, segundo especialistas, é que os próprios adultos, que desejam restringir o tempo de telas dos pequenos, também passam cada vez mais online. O que deixa uma reflexão: será que o problema é a tecnologia em si ou o tempo em família, fazendo algo bacana, que cada vez mais é reduzido?

A cada nova geração, as crianças ficam cada vez mais em casas, em espaços privados. Cada convite para sair, brincar na rua e se socializar com outras crianças acaba sendo um problema para os pequenos, que demonstram interesse em ficar conectados aos aplicativos.

Mas como os pais podem, então, lidar com o uso de mídia de seus filhos? Como sempre, não tem regra e nenhum conselho de especialistas deve superar as experiências reais e cotidianas que os pais têm com seus próprios filhos. Dito isto, existem algumas diretrizes gerais que podem ajudar.

1) Os pais precisam estar atentos menos ao tempo que as crianças passam nas telas e mais ao que eles acessam. Existem muitos conteúdos online e é preciso se informar se são educativos ou prejudiciais aos pequenos.

2) Os adultos devem se perguntar se a infância dos filhos é saudável. Eles estão socialmente envolvidos, estão bem na escola e geralmente felizes? Se assim for, provavelmente não há necessidade de impor duras restrições à tecnologia. Caso contrário, é melhor não se precipitar em conclusões sobre os males inerentes à tecnologia. Tenha uma conversa com as crianças sobre o que estão fazendo e o que elas pensam que as regras devem ser. Cortar unilateralmente as crianças sem entender seus problemas geralmente pode piorar as coisas.

3) Finalmente, é preciso lembrar que não há substituto para uma relação significativa e solidária entre pais e filhos. Com um relacionamento estável e confiável, que contempla passeios, olho no olho, carinho, diálogo, brincadeiras com outras crianças e ao ar livre, mesmo as experiências negativas online podem se tornar experiências de aprendizado positivas. 

Interessante, não é?