Muitas escolas já estão inserindo diversos temas da vida nos seus currículos, promovendo uma educação mais global e repleta de vivências. Um exemplo é a sustentabilidade, que tem permeado as aulas de Ciências, Biologia, Geografia e mesmo História.
Agora, chegou a vez de a educação financeira aparecer formalmente no currículo escolar.
O efeito vem das tantas mudanças promovidas pela reestruturação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). O tema educação financeira será uma das novidades do novo ensino fundamental. E o assunto poderá ser abordado em disciplinas diferentes da Matemática, como normalmente é associado por tratar-se de números.
Segundo o MEC, o ensino da educação financeira trata do "conjunto de conhecimentos entendidos como essenciais para o fortalecimento da cidadania e voltados para ajudar a população a tomar decisões financeiras mais autônomas e conscientes".
A partir dessa mudança, espera-se que os alunos tenham uma visão mais completa sobre a importância de estudar o tema que engloba desde finanças particulares até mercado de trabalho e suas variações.
A implementação desse tema nas redes estaduais deve ocorrer até o ano de 2020.
Para a Associação de Educação Financeira (AEF-Brasil), a inclusão deve se dar de modo que o assunto seja tratado em vários momentos, e não apenas em ocasiões específicas.
Por isso, existe a ideia de que a educação financeira seja tratada de forma transversal (aparecendo pontualmente em uma série de matérias, não ficando restrita à Matemática ou a uma matéria específica).
A rede de ensino particular já tem implementado esses conhecimentos. Segundo a revista Pequenas Empresas Grandes Negócios, no Colégio Pio XII, em São Paulo, por exemplo, alunos do 6º ao 9º ano aprendem desde o planejamento de um orçamento familiar até dicas de empreendedorismo.
A escola já oferecia o tema em aulas no 2º ano do ensino médio, restritas à Matemática. Em 2017, coordenadores do Fundamental 2 resolveram introduzir o tema, de maneira interdisciplinar.
A BNCC também estimula a criação de projetos extraclasse que sirvam para reforçar a conexão entre o ensino e a realidade do aluno.
Nesses projetos, não necessariamente vinculados a uma disciplina, é possível desenvolver atividades como a simulação de compra e venda, feiras de troca e oficinas de empreendedorismo.