Que toda criança precisa brincar ao ar livre a gente sabe, não é? Mas a vida nas grandes cidades tem reduzido muito as possibilidades de ter esse contato com a terra, as plantas, a água, areia e mesmo com o sol. A neurociência alerta para os malefícios que esse distanciamento pode causar.
Hoje, muitos meninos e meninas passam mais de 90% do tempo em espaços fechados. Mas o correto desenvolvimento infantil exige movimento desde o nascimento. E a forma mais fácil e interessante de se movimentar é brincando, se possível, ao ar livre.
Vários estudos têm sido feitos sobre o assunto. Peter Schober, por exemplo, da Universidade de Medicina de Graz (Áustria), afirma que crianças sedentárias, que não assumem nenhum risco, adoecem 5 vezes mais de depressão que as que se mantêm ativas.
Segundo reportagem do jornal El País, durante as primeiras etapas do desenvolvimento, as pessoas aprendem a se movimentar de maneira cada vez mais sofisticada, o que significa que aprendem a comandar os subsistemas envolvidos no movimento (como o sensorial e o emocional). Essa aprendizagem só se realiza na infância graças às brincadeiras.
A brincadeira deve ser a principal atividade de uma criança. É o que o cérebro espera: muitas brincadeiras, sobretudo relacionadas com atividade física, preferencialmente ao ar livre. Pode-se brincar sozinho – e o cérebro também precisa aprender a se entediar – ou em companhia.
Quanto mais heterogêneas forem as idades das crianças que brincam, melhor será para o desenvolvimento das relações pessoais e para a modulação da agressividade e da empatia.
Quando uma criança brinca ao ar livre, o cérebro agradece com uma injeção de felicidade.
Há riscos? Claro, isso é viver.