Muito se fala em como lidar com a birra dos pequenos: impor limites, estabelecer castigos... Mas pouco se fala, porém, que, muitas vezes, as reações desmedidas das crianças às frustrações são influenciadas pelo ritmo de vida atribulado que nós, os adultos, impomos a elas. Tirar o pé do acelerador e convidar os filhos a relaxar e experimentar o silêncio diariamente podem ser ótimas maneiras de não deixar a raiva explodir lá na frente.

Pensei nisso esses dias observando o funcionamento da minha filha de quase 2 anos de idade. Como passamos muito tempo juntas, vejo como Donatella tem um temperamento tranquilo, uma consequência, acredito eu, do respeito que temos com o tempo dela e do fato de não a enchermos de estímulos desnecessários. Nessa fase, trocar o foco de interesse ajuda a dissipar rapidamente uma birra. No entanto, existem jogos incríveis para praticar com os pequenos e ajudá-los a expressar os sentimentos, exercitando o controle emocional. Eu amei essas dicas que encontrei no site A Mente Maravilhosa. Super recomento. Vamos praticar?

1. Soprar a vela!

Este jogo consiste em aprender a respirar de maneira profunda, ou seja, tomando ar pelo nariz, inflando a barriga, e expulsando aos poucos o ar enquanto sopramos a vela com intenção de apagá-la. Assim que a criança compreende as instruções, pedimos para ela se sentar em uma cadeira a dois metros da vela, que estará acesa em cima de uma mesa.

Ela não pode se levantar nem se inclinar, por isso esperamos que ela não consiga apagar a vela. Assim, aproximamos cerca de meio metro a cadeira da mesa. Iremos aproximar a cadeira de forma progressiva até que a criança consiga apagar a vela. Assim, teremos um jogo de uns cinco minutos em que a criança irá adquirir a habilidade de respirar fundo.

O jogo do balão

A técnica do balão ajuda a fomentar o relaxamento através de uma respiração correta. Primeiro, o adulto enche um balão até ele explodir e, depois, enche outro e expulsa o ar lentamente manipulando a boca do balão. Em seguida, a criança é convidada a fechar os olhos e imaginar que está, ela mesmo, se transformando em um balão enquanto respira profundamente, se enchendo de ar. Depois, o adulto pede que ela expulse o ar lentamente, como se fosse um balão. A ideia é, depois disso, pedir que ela conte situações em que se sente como um balão. Coisas que ela não consegue suportar e que explique como resolveu isso. O papo evolui então para a oferta de alternativas que a ajude a tomar consciência dessas situações para lidar com elas.

O jogo da semente

Com música relaxante de fundo e luz fraca, convide a criança para simbolizar o crescimento de uma árvore. Comece convidando a colocar os joelhos no chão, inclinando a cabeça e estendendo os braços para a frente, como se fossem, adulto e criança, gatos se espreguiçando. Conte pra ela, ao som da música, que vocês são como sementes, que estão crescendo e se transformando em uma árvore grande com belos galhos. Levante-se como um tronco de árvore e estenda os braços para cima. É um ótimo exercício para fazer com eles à noite, antes de irem para a cama.

O conto da tartaruga

O conto da tartaruga, desenvolvido por Schneider, é magnífico para fomentar habilidades de autocontrole. Trata-se da história de uma pequena tartaruga que se irritava por tudo e que perdia o controle com grande facilidade. Um dia, depois de se sentir sozinha e isolada, ela se encontra com uma sábia tartaruga que lhe dá uma dica para se controlar quando estiver com raiva: entrar em sua carapaça, contar até se acalmar, frear seus pensamentos e relaxar. Este conto é ideal para ser narrado a crianças entre os 3 e os 7 anos de idade. Para facilitar a implementação desta habilidade, podemos lhes dar uma etiqueta ou um pedaço de papel com uma tartaruga sempre que elas realizarem o exercício em uma situação de tensão. 

E aí, gostou das dicas?