O coro de especialistas que garantem que forçar crianças a comer não é uma boa ideia só aumenta. Desde livros como o Pediatric Nutrition Handbook, que na década de 1970 já alertava para o quão normal é uma criança não sentir fome o tempo todo, até o clássico Meu Filho Não Come!, que bate cartão nas prateleiras de 10 em cada 10 mamães com filhos ruins de garfo, a lógica é a mesma: quando sentir fome, a criança comerá. 

E embora não seja fácil ver os pratinhos cheios, quase intocados no fim de cada refeição, para o bem da criança e da sua relação com a comida é preciso aprender a lidar com essa situação.

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Isso porque uma criança que é forçada a comer quando não quer acaba registrando o momento das refeições como algo ruim. Também pudera: se cada garfada não dada vem acompanhada de uma ameaça - se você não comer vai acabar no hospital! - ou de chantagens que vão desde as emocionais como "se você não comer a mamãe vai ficar triste" até as falsas promessas de "se você comer agora vai ganhar um presente!", como gostar da hora de comer? 

Especialistas indicam que esse tipo de dinâmica na infância pode resultar em adultos com problemas alimentares sérios. Mas o que fazer quando o apetite parece não existir e a criança se nega a comer o tempo todo? Esperar.

Uma dica valiosa é sempre tentar transformar a hora de comer em uma experiência agradável. Desligar celulares e a televisão e conversar sobre o dia, sobre as brincadeiras preferidas, sobre qualquer coisa que não seja "coma o seu  brócolis agora!" ajuda muito.

É o primeiro passo para que o chamado de "tá na mesa!" seja respondido com entusiasmo e não com um salve-se quem puder atrás dos pequenos que não querem jantar de jeito nenhum.

Mas talvez a orientação mais importante também seja a mais óbvia: lembre-se de que todo mundo sente fome. A fome é um dos primeiros mecanismos do corpo humano que aprendemos a reconhecer desde bebês - e ela não falha. A função da alimentação é manter o corpo saudável e em pleno funcionamento. Ao obrigar a criança a comer, a naturalidade desse processo se perde. E se a criança não apresentar sinais de má nutrição como fraqueza, palidez e diarreia, pode confiar: está tudo bem. Logo, logo a fome bate e ela vai pedir o seu pratinho.