Um estudo feito pelo Instituto Claro e pela Unicef (braço das Nações Unidas pela Infância) comprovou que meninos têm uma probabilidade de 64% maior do que as meninas de repetir de ano no Brasil, a pesquisa foi divulgada na última quinta-feira, dia 31.
A partir dos dados das redes estaduais e municipais que foram obtidos pelo Censo da Educação Básica, o estudo mostra também a dimensão da exclusão no país, em 2018, 912 mil estudantes abandonaram a escola. E outros 2,6 milhões foram reprovados, correspondendo a 11,3% dos alunos e 6,9% das alunas.
Ítalo Dutra, chefe de educação do Unicef no Brasil, afirma que algumas das explicações possíveis para a diferença de gênero ainda estão sob análise, mas algumas razões já são conhecidas. "Meninos tendem a manifestar mais cedo desinteresse na escola e ingressar mais de forma precária no mercado de trabalho”, explica.
Ele também afirma que a exclusão que foi revelada pelo relatório é uma tema que está cada vez mais em pauta entre os gestores, mais ainda é pouco conhecido pela sociedade civil. “Há uma percepção social de que todo mundo está incluído, mas não é verdade”, disse.
O relatório também mostra a persistência em um problema do sistema educacional brasileiro: o alto número de crianças com dois anos ou mais de atraso escolar, essas têm maior tendência de ter pior desempenho. Elas são 22% dos estudantes. No ensino médio, o índice chega a 31%. Em todas as etapas, o índice é maior nas regiões Nordeste (29% no total, 39% no ensino médio) e Norte (31% no total, 45% no ensino médio).
Estudantes que tem algum tipo de deficiência têm probabilidade de 59% maior de repetir do que os demais. Junto com o relatório, a Unicef e o Instituto Claro também lançaram um curso online que é voltado para gestores e professores, que tem objetivo de ajudar no diagnóstico do problema em cada escola para que eles atuem a tempo de mudar a trajetória dos alunos.
Por: Gabriela Bertoline, filha de Maria José e Marcel
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