Bob Fisher enxergou um vazio onde deveria haver uma ponte. A partir daí, o professor se propôs a construir essa ponte de uma maneira simples e cheia de propósito. Ao perceber que os seus alunos, da educação especial, muitas vezes ficavam isolados e sentiam-se sem amigos, ele criou, na Jenks West Elementary, no estado de Oklahoma, nos Estados Unidos, o programa Fisher Friends (“Amigos do Fisher”, em tradução livre). A ideia não poderia ser mais descomplicada: recrutar voluntários das turmas de educação regular para que encontrem amigos também nas turmas de educação especial.
O entendimento que os alunos da educação regular conseguem ter sobre as diferentes limitações dos alunos da educação especial é um dos caminhos para que as relações entre eles se desenvolvam com a inabalável naturalidade infantil a partir dos primeiros encontros.
Amizade supera barreiras do autismo
Foi assim que nasceram amizades como a de Kyli e Victoria, alunas da escola. Em um vídeo produzido no ano passado pela Jenks West Elementary para divulgar o sucesso do quinto ano do projeto, Kyli, na época na quarta série, conta que Victoria, que é autista, no início não interagia com as pessoas. Mas, uma semana depois, tudo mudou. Victoria começou a abrir-se para a nova amiga em sorrisos. No mesmo vídeo, é possível ver pequenos detalhes que fazem a diferença na relação das duas: quando Kyli pergunta à Victoria se ela está pronta para o recreio, por exemplo, Victoria repete as palavras da amiga ao invés de responder. Kyli docemente simplifica a questão em uma segunda pergunta: sim ou não? Sim!, responde Victoria animada. Kyli confessou aos professores que considera Victoria sua primeira amiga de verdade.
Entre os voluntários do Fisher Friends e os alunos da educação especial há amizades com espaço para o apoio, o riso e o companheirismo. Buscar lugares na mesa para o lanche, lembrar o outro de tomar o seu suco, ensinar a ler, ajudar a caminhar ou a empurrar o balanço ainda mais alto: “É uma situação em que todo mundo ganha. Os Fisher Friends aprendem compaixão e compreensão, enquanto os meus alunos sentem que existe quem se importe com eles e que eles são merecedores dessas amizades”, avalia o idealizador do projeto na gravação que você confere na íntegra abaixo.
Assista: