Adoro livros que retratam o lado forte das meninas. Por isso, fiquei encantada com a história de Princesas Guerreiras da escritora e ilustradora Janaina Tokitaka.

São histórias de toda parte do mundo sobre mulheres fortes, corajosas e lutadoras, recolhidas como Japão, Gana, Grécia e Noruega. Não se trata só de romper os estereótipos estabelecidos, mas de ampliar o repertório das crianças sobre aquilo que elas podem ser, desejar e ter como referência. Para a autora, as princesas representam simbolicamente a própria criança. 

“Mas você é feminista e gosta de histórias de princesas?”, ou a versão materna “Você lê histórias de princesa para sua filha?” são perguntas que Janaina já ouviu algumas vezes na vida. Afinal, o que há de mal em gostar de princesas? Para Janaina, nada. Por isso, o que a autora fez para chegar neste livro foi buscar referências em outras culturas, e descobriu que nem sempre a mulher é retratada com desvantagem em relação ao homem. Nos contos africanos, por exemplo, frequentemente é da mulher a missão de salvar a aldeia e tomar à frente das decisões.

Ao ouvir a palavra “princesa”, imediatamente pensamos em Cinderella, Branca de Neve, Bela Adormecida. A iniciativa de criar heroínas independentes e autossuficientes é recente, e ganhou corpo em personagens como Moana e Valente. No livro, quem ganha corpo são figuras ainda desconhecidas mas com grande potencial de se tornarem referências incríveis para as crianças. “Princesas que guerreiam, atiram com arco e flecha, se transformam em búfalas, aparece quando querem e vão embora quando sentem vontade”, descreve a contracapa do livro.